
A halitose, popularmente conhecida como mau hálito, é alteração do hálito que pode ser ou não uma doença. Normalmente significa alguma disfunção orgânica (demanda tratamento) ou fisiológica (demanda orientação) no corpo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40% da população mundial enfrenta o problema.
Conversei com o especialista em implantodontia e odontologia estética, Dr. Paulo Coelho Andrade, sobre o assunto de saúde que preocupa tantos brasileiros(as). Confira:
Adriana: O que provoca o mau hálito?
Dr. Paulo Coelho Andrade: A halitose, na maioria das vezes, é causada por problemas na cavidade bucal como estagnação de restos alimentares, doença periodontal, cárie dental com ou sem necrose pulpar e saburra lingual. Todas estas coisas levam à formação de substratos que podem produzir o odor.
Adriana: Chicletes, balas e spray com sabores resolvem o problema do mau hálito?
Dr. Paulo Coelho Andrade: Não. Somente mascaram o problema. O correto é ir ao dentista e realizar uma consulta para investigar a causa do mau hálito, pois existem vários tipos de halitose:
-Halitose da manhã;
– Halitose da fome e do regime;
– Halitose por doença periodontal;
– Halitose por saburra lingual;
– Halitose por má higiene bucal.
Adriana: O mau hálito é sinal de doença?
Dr. Paulo Coelho Andrade: A halitose não é considerada doença, mas pode ser sinal de alguns sérios problemas de saúde como cárie, gengivite, diabetes, distúrbios renais e doenças do estômago.
Adriana: Os relacionamentos sociais podem ser prejudicados por conta do mau hálito?
Dr. Paulo Coelho Andrade: Da mesma forma que um sorriso espontâneo e bonito atrai e conquista, o mau hálito pode destruir relacionamentos mesmo antes de começarem. As pessoas que têm hálito desagradável são muito prejudicadas em seus relacionamentos sociais, afetivos e profissionais. O que agrava situação, na maioria dos casos, é que elas não são conscientes do problema porque as pessoas próximas se sentem constrangidas em comentar e o portador do mau hálito tem o que chamamos de fadiga olfativa, que faz com que ele mesmo não perceba.
A relação dos odores bucais com os aspectos sociais sempre foi fator de preocupação para a sociedade que, procurando mascará-los, se utilizava de diversos artifícios e substâncias. O mau odor bucal sempre foi e ainda é um obstáculo para a plenitude da vivência conjugal. Sendo a halitose um distúrbio que acompanha a sociedade há muitos anos, revela-se inaceitável que, com o avanço dos conhecimentos, estes não sejam transmitidos de forma adequada para a população. O desconhecimento sobre como prevenir halitose permite a sua ocorrência, limitando a qualidade de vida. Tais problemas poderiam ser sanados facilmente por meio da educação em saúde, pois a etiologia da halitose concentra-se basicamente na boca.
Adriana: Qual a melhor forma de se evitar o mau hálito?
– Realizar uma boa higiene bucal diariamente com uma escova de dente macia ou extra-macia, não se esquecendo de utilizar o fio dental;
– Higienizar o dorso da língua com a escova ou raspadores de língua;
– Evitar a ingestão de álcool e o fumo;
– Não ingerir alimentos condimentados frequentemente e fazer refeições várias vezes ao dia evitando o jejum prolongado;
– Visitar o dentista regularmente (no mínimo de 6 em 6 meses)
Adriana: A higiene bucal é a única forma de se evitar mau hálito?
Dr. Paulo Coelho Andrade: Não é a única forma, mas é a essencial para os cuidados bucais, pois além de prevenir o mau Hálito, previne diversas doenças bucais. As escovações devem ocorrer após todas as refeições e antes de dormir. Fios dentais e anti-sépticos bucais também fazem parte da limpeza.