Felipe e outros atletas brasileiros da equipe de tiro esportivo apostam em um método conhecido como neurofeedback. A técnica age nos quadros de estresse, ansiedade e auxilia nos tratamentos neurológicos, psiquiátricos e psicológicos.
Entrevistei Denise Viana de Mello Dutra, psicóloga, terapeuta certificada EMDR Institute – EUA e Membro da Comissão de Certificação EMDR Brasil e Treinamento Cerebral/Neurofeedback Avançado – The Learning Curve, Inc – EUA e PSYCH-K® para saber mais sobre as vantagens da terapia que permite a alteração das ondas cerebrais por meio da prática da repetição. psicologadenisedutra@yahoo.com.br Site: AQUI
Adriana Santos: O Neurofeedback tem como objetivo treinar uma pessoa de forma a modificar o funcionamento do cérebro. Como isso é possível?
Denise Viana de Mello Dutra: O neurofeedback, também conhecido como EEG biofeedback, é um treinamento totalmente natural, não invasivo e não medicamento que tem como objetivo reequilibrar os padrões de funcionamento do cérebro de forma a aprimorar o desempenho cognitivo, emocional e comportamental do cliente.
Eletrodos colocados no couro cabeludo captam os sinais neurológicos e transmitem ao equipamento. Este recebe o sinal e o processa por meio de um software possibilitando fazer o acompanhamento de toda a atividade cerebral projetada em uma tela de computador em tempo real. Durante o treinamento as informações de atividades das ondas cerebrais são apresentadas ao cliente através de imagens de jogos específicos, vídeos e/ou sons, tendo como base o condicionamento operante.
Através de uma avaliação inicial estabelecemos o que precisa ser treinado, em quais regiões do cérebro e como as informações serão dadas de volta (feedback) ao cérebro.
Se por exemplo a nossa intenção for aumentar a capacidade de concentração para suprir o déficit de atenção, então o equipamento nos possibilita o reconhecimento de sinais de distração e ensina o cérebro a manter o foco.
Adriana: Qual a média de tempo de aplicação da técnica para obter resultados?
Denise: O treinamento com o Neurofeedback depende de cada pessoa, no entanto a média de sessões é de 30 a 60 sessões. Como estamos trabalhando com um cérebro que pode estar disfuncional por um longo tempo, precisamos treinar uma forma mais funcional repetidas vezes para que seus resultados sejam duradouros.
Adriana: O treinamento pode acelerar o processo de controle de depressões e de fobias?
Denise: Sim. A depressão e as fobias estão associadas a padrões cerebrais que precisam ser reequilibrados. A técnica permite amenizar as queixas.
Adriana: O cliente precisa ser medicado para a aplicação da técnica ou realizar exames?
Denise: Não, pelo contrário. A medida que o cérebro vai sendo treinado e reequilibrado, muitas vezes as medicações vão sendo diminuídas ou em alguns casos retiradas completamente pelo médico responsável pelo paciente.
Adriana: Qual a melhor vantagem do Neurofeedback?
Denise: A principal vantagem do neurofeedback é a auto-regulação, a melhora do desempenho. A auto-regulação ocorre porque é um processo de dentro para fora ou seja, não invasivo. O melhor de tudo é que quando mudamos padrões eles tendem a se reafirmar com isto a possibilidade de voltar a ser como antes é bem difícil.
Adriana: O treinamento também funciona para pessoas com dependência química?
Denise: Sim, pois a técnica possibilita que o cérebro da pessoa fique mais equilibrado. Só que o dependente precisa estar comprometido com o processo e faz-se necessário que não utilize drogas e/ou bebida no período de treinamento.
Denise: Podemos aperfeiçoar os cérebro saudáveis aumentando as capacidades intelectuais, cognitivas e criativas de executivos, educadores, estudantes e artistas como também o desempenho esportivo dos atletas. Um exemplo bem recente é o medalhista olímpico Felipe Wu que ganhou a medalha de prata.
Adriana: Em quais outras situações o treinamento pode atuar de forma satisfatória?
Denise: